Copa do Mundo no Brasil e o Minerão

O Estádio Governador Magalhães Pinto, mais conhecido como Mineirão, é o segundo maior estádio de futebol do Brasil e o 29ª maior do mundo, de acordo com as estimativas do World Stadium. No Brasil é superado apenas pelo Maracanã.
A construção.
Quando começaram as obras do estádio, em 1959, engenheiros e operários não tinham certeza de que elas seriam concluídas. Gil César, o administrador da construção, enfrentou crises financeiras, mas soube usar a política em proveito do Mineirão. Apesar do controle extremado dos gastos, as obras enfrentavam, a cada etapa, o esgotamento de recursos. O empréstimo inicial de 100 milhões de cruzeiros evaporou na execução dos primeiros serviços de fundação. Durante um ano e meio, a empreitada seguiu um ritmo lento, trabalhando com equipamento reduzido e com pessoal mínimo indispensável. Enquanto um grupo agia politicamente para modificar leis que possibilitassem a obtenção de recursos e também convencer o governador Magalhães Pinto de bancar a construção, a AEMG procurava adaptar-se à frágil situação financeira.
O novo estádio foi alçado a emblema para a engenharia nacional ao oferecer inúmeros exemplos de evolução na construção civil. A equipe de engenheiros do Mineirão foi ao extremo nos detalhes. Passou o Maracanã por um verdadeiro raio-x, localizando deficiências que não deveriam ser repetidas no campo mineiro. Em 1964, Gil César foi buscar em Tóquio, onde foram erguidas arenas para as Olimpíadas, novidades sobre este tipo de obra. Os profissionais anotaram particularidades e inovações de engenharia. Preocuparam-se até com a qualidade da grama, balisas e outras minúcias.

O Mineirão visto de longe.
A grande dúvida que testava engenheiros e operários era quanto à capacidade de se executar uma superestrutura - uma falsa elipse, medindo o eixo maior 275 metros e o menor 217 metros - utilizando equipamento convencional. Para avaliar e suprimir incertezas, foi projetado um mini-Mineirão, chamado de setor experimental 15 (hoje, abrigando a torcida do Atlético) onde um elo de arquibancadas e coberturas seria submetido a todo tipo de prova. Usinas de concreto, correias transportadoras, graus, carregadeiras e lançadeiras foram testadas. A complexidade da obra exigia barras de ferros em comprimentos que a indústria não tinha condições de atender. A solução veio no próprio canteiro de obras, onde engenheiros e operários utilizaram soldas para promover a extensão das barras.

Com recursos disponíveis podia-se contratar mais gente, mas a AEMG esbarrou na falta de pessoal qualificado. Feita uma concorrência pública para fornecimento de mão de obra, constatou-se ser inexeqüível, pois o preço cobrado - 15 milhões de cruzeiros - era infinitamente alto para o caixa da administração do novo campo. Comprovou-se, no futuro, que o valor pedido pelas empresas daria para construir um Mineirão e meio. Na prestação de contas, o "gigante da Pampulha" consumira um total de 10 milhões de cruzeiros. Diante da inexistência de mão de obra especializada disponível, a AEMG promoveu o treinamento de pedreiros, carpinteiros, armadores e outros profissionais. Turmas inteiras foram formadas, e centenas de operários ganharam qualificação para exercer funções especiais. Neste estágio, a administração conseguiu reunir número necessário e indispensável para tocar a obra em ritmo acelerado. Entre agosto de1964 e julho de 1965, a construção saltou de um único setor (o experimental) para oferecer ao país o mais moderno estádio do mundo.
Para apressar a construção e abreviar o drama do orçamento, Gil César lançou a operação 24 horas por dia, dividindo em três turnos os três mil operários contratados. O serviço não parava um minuto sequer. Do alto do edifício Acaiaca, no centro de Belo Horizonte, via-se um enorme clarão de luz vindo dos lados do futuro Mineirão. A administração passou a gratificar as equipes por produção e criatividade, promovendo uma competição entre os diversos setores da construção. A idéia do "joguinho local" deu tão certo que muitas frentes foram concluídas bem antes do prazo estipulado. O processo de tempo integral permitiu que o estádio fosse entregue à população em oito meses. Mesmo em ritmo alucinante e sob pressão, apenas um trabalhador morreu durante toda a construção da arena.
Em 2014 esse estádio que já fez parte da história de milhões de jogadores, será sede da copa do mundo no Brasil.Belo Horizonte terá o segundo melhor estádio do país.Utilizado pelas maiores torcidas de Minas Gerais, Clube Atlético Mineiro e o grandioso Cruzeiro Esporte Clube.





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